As Bênçãos do Pastorado de Cristo em nós

No Salmo 23,

Cristo como pastor, é um dos muitos aspectos da revelação de sua pessoa e obra.

É importante entender que ele não é apenas pastor, ou médico, nem somente mestre.

Vou resumir isto em uma frase.

_Cristo é a centralidade de todos os assuntos espirituais _

É nele que estão os recursos do novo homem!

Paulo escreveu: Colossenses 1:19: “porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude da Divindade “

A Igreja a nível mundial, em sua totalidade, tem andado tão somente na unção do pastorado de Cristo, temos resistido o Espírito de plenitude do Novo Pacto, talvez seja este o motivo de termos crentes tão infantis em nossos dias.

Um crente infantil, é aquele que apesar do tempo, não consegue ser fiel em seu testemunho público.

Que ainda está em dilemas que a cruz já deveria ter consumado em sua vida.

Um crente infantil, é aquele que vive apenas pelo que vê, sente ou pode entender, em seus sentidos naturais.

Alguns pensamentos, sobre os danos de uma IGREJA DE UNÇÃO UNICAMENTE PASTORAL:

  • Temos domesticado ovelhas, quando deveríamos formar governadores.
  • Temos construído uma mentalidade de Tabernáculo e não de Trono, ou seja, de carência de presença e não de responsabilidade de governo.
  • Temos tornado as pessoas dependentes de estruturas e não administradoras do Espírito.

Quando uma liderança constrói em sua comunidade uma visão unicamente de pastorado e não de apostolado, ou das outras graças de Cristo, temos um problema de logística estrutural, uma comunidade que se move se o pastor falar e não quando o Espírito revelar. Um povo que resume sua espiritualidade a um lugar de tijolos e reboco, e não tem vida fora da instituição humana.

(entendemos perfeitamente a importância do congregar, e sabemos da exortação bíblica que diz; não deixem sua congregação como é costume de alguns, Hb 10:25).

Mas estou elevando o nível da demanda, para alcançar medidas mais profundas do Espírito.

A verdadeira Igreja opera na multiforme graça de Deus, isto é, “nas muitas formas de Deus operar e se revelar”

Em Efésios capítulo 4, Paulo fala de 5 graças ministeriais:

 Ef 4:7: “e a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo.”

Ef 4:11: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres,”

É a vontade do Senhor que andemos sobre estas cinco medidas de graça que são aspectos revelados na natureza do Sumo Sacerdote da ordem de Melquisedeque, nosso Cristo de Deus.

As bênçãos do pastorado de Cristo, Salmo 23.

1.  nada me faltará No pastorado de Cristo não há lugar para carências e sim processos para revelar propósitos e manifestar revelação. Nosso pastor é aquele que diz: Lc 14:17: “À hora da ceia, enviou o seu servo para avisar aos convidados: Vinde, porque tudo já está preparado.”

Devemos entender esta verdade “*nada me faltara*” Não pela ótica da carência e sim do relacionamento.

Não no sentido de “não vou passar fome, nunca me faltara nada” e sim pela ótica de “estou em um relacionamento no qual as coisas estão em uma dimensão inferior, dimensão que me proíbe estar preocupado pelas coisas, onde a prioridade é a manifestação de uma natureza, é a formação de alguém e não alcançar algo.

Os órfãos da sociedade têm se congregado a Igreja em busca de um futuro melhor, e os escândalos ministeriais sempre vêm por mãos de esses que nunca se converteram ao Senhor e sim às coisas que ele dá, porque nunca ouviram o evangelho e sim promessas de um futuro onde teriam muitas coisas.

Imaginem, uma criança que passou fome, frio, nudez, ouvindo de um ministro incompetente do Evangelho _”vai pra Igreja, você vai viajar nas nações, você vai reinar, você vai viver coisas que nunca imaginou”_, pensem, só um idiota não iria.

Com qual motivação ele passou a congregar?

Até falar do Reino para quem ainda não nasceu de novo é um desafio, falar de promessas para Adão, pode ser perigoso, e como Igreja temos pagado um preço alto.

Mas como tratamos na reflexão de ontem, a sujeição ao Senhorio vem primeiro.

Deus trabalha para formar alguém em nós, e não para dar algo.

2.“ele me faz deitar em verdes pastos”

É ele que me faz deitar!

Parece que há uma certa determinação da parte dele, do pastor, em fazer com que “descansemos”, digo parece, mas falo em amor, como um Pai que ardentemente quer livrar seu filho de alguma situação perigosa; não descansar nos pastos verdejantes seria não desfrutar dele mesmo que é nosso descanso e refrigério, não apenas ele como uma experiência metafisica que vou viver, mas em harmonia, comunhão e fraternidade com os irmãos que são ele mesmo entre nós.

Digamos que os pastos verdejantes não são um lugar e sim uma dimensão nele e no corpo dele, a Igreja, por isso no final ele diz “habitarei na casa” do Senhor, que é a Igreja, isto é, os santos edificados morada de Deus!

Talvez seja porque nós não queremos descansar. Nossa natureza em Adão não é de descanso, e sim de agitação, de ansiedade, de busca constante por “ter o controle, o poder”, para nos descansar talvez signifique “perda do poder controlador”.

Quem busca poder, busca cobrir alguma ferida de carência, quem procura descanso, desiste de procurar justiça própria.

Ap. Claudio Roldos

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